domingo, 19 de julho de 2009

Dom Hellder
















Visitar o imperio para levar os relatorios semestrais do conselho e trazer de volta orientações e novidades do imperador era uma verdadeira loteria!






Dons,lordes e dommes se inscreviam constantemente,torcendo para que seu nome fosse sorteado,para tal viagem!






Bem,dessa vez,o sortudo foi eu!






Jato particular do imperio,tres dias de muita mordomía nos melhores aposentos do palácio imperial,comida,bebida,escravas aos montes para lhe servir em tudo!






Literalmente em tudo!!He,he,he...






Tirando a parte burocrática da coisa,era uma folga,em um verdadeiro paraiso da dominação!






Estava tudo muito bom,tudo muito bem,ate que,quando fui á administração imperial para pegar os documentos que traria de volta á masmorra,a escrava-secretaria me disse;






-Aqui estão os documentos para o conselho Dom Kabalta,e,a autorização para levar o aprendiz...






-Autorização?Levar?Aprendiz?






-Sim meu dom,o senhor foi incumbido de levar um aprendiz de dom para a masmorra da America do Sul.






-Bem...e onde esta esse aprendiz?






-Ele ja deve estar esperando pelo senhor no angar Dom Kabalta.






-Uhm,que otimo...-disse,recebendo das mãos da escrava o grande envelope de papel amarelo-






-Tenha uma boa viagem de volta meu dom.-disse ela com um sorriso nos lábios e dando uma piscadinha-






Eu adorava o imperio!!E adorava ainda mais as escravas de la!Ah!!!






As mulheres mais lindas do mundo,escolhidas a dedo ,para servirem ao supremo imperador do mundo sadomazoquista!






Uma escrava ou escravo do imperio,tinha direitos que escravos e escravas das masmorras não tinham.






Bem,na verdade,não éra bem um "direito",mas sim,um tipo de liberdade,para tratar os visitantes.






Por exemplo;elas sorriam para mim,elas me beijavam no rosto ,passavam a mão em meu cabelo,passavam a mão em minha bunda(coisa que eu odiava),se aproximavam,se escoravam em mim enquanto nos falavamos,enfim,aquilo era um paraiso!!






Certa vez houve uma convenção no imperio e eu levei Alezandra e Carolina.






Quase fiquei sem minhas duas mulheres!






Carolina se atracou com uma escrava com tanta fúria,que foram precisos dois guardas imperiáis para apartar a briga!E olhe que ela deu uma boa surra na pobre infeliz!!






Ja Alezandra,mais fria e controlada,jura ate hoje,de pés juntos,que não foi ela que jogou uma escrava do segundo andar do salão principal do imperio...






Bem,uma vez ela me confidenciou que,havia "esbarrado"acidentalmente na moça...






Isso tudo as custas de alguns olhares e sorrisinhos...não sei o por que de tanto barulho...






O caminho da administração ate o angar de embarque,era literalmente a despedida daquele mundo de sonhos...e de belas mulheres...






As escravas que ia encontrando pelo caminho,se despediam de mim,me paravam para beijos,afagos,abraços,mordidas(que iriam me trazer alguma dor de cabeça posteriormente),e me agradeciam pelas "noites" .






Voltar de novo ao imperio?Só os céus sabiam quando agora!Quem sabe,teria a sorte de ter o meu nome tirado de novo no proximo sorteio?






Desci as escadas rolantes que levavam ate o grande páteo de estacionamento.






Um escravo me aguardava com um transporte,para me levar ate a pista de pouso imperial.






Ele me deixou junto ao angar,onde dentro estava o jatinho preto que tinha o símbolo do impeio na calda.






O piloto e o co-piloto eu ja conhecia de outros carnaváis.






Eram; Dom Gonzales,um senhor de cinquenta e poucos anos,piloto,e Dom Ohbua,um negro do sul da Africa,trinta e poucos anos,co-piloto.






Dois grandes e otimos amigos.






Eu me aproximei deles e nos cumprimentamos,com o que o mestre chamava de "cumprimento mundano de rua".






Ele odiva quando eu fazia isso na frente dele!






-Me disseram que teria um carona aqui me esperando.- comentei-






-Bem-começou Gonzales-temos uma ficha aqui,mas,ele não chegou ainda Dom Kabalta.






-Deve estar perdido por ai -comentou Ohbua sorrindo-






Alias,uma coisa que eu gostava muito em Ohbua era justamente isso!Ele ria por qualquer coisa!






E eu adorava fazer palhaçadas para ve-lo rir.






Começamos a conversar,aguardando a chegada do "aprendiz de dom".






Por fim,peguei uma vassoura e um boné,que algum faxineiro/escravo havia deixado ali,e comecei a ironizar o imperador.






Eu modificava a voz,levantava a vassoura e gesticulava,imitando os trejeitos e o sotaque do imperador.






Gonzales e Ohbua riam,riam de lacrimejar os olhos.






Ohbua ficou de cócoras,Gonzales protestava,mandando -me parar,pois ia urinar nas calças.






Entre uma tomada de fôlego e uma risada,Ohbua me chamou a atenção;






-Dom Kabalta...acho que é o seu carona que vem ali...






-Esta começando mau...quase uma hora atrasado...






-Vai punilo?-perguntou Gonzales -






-Uhm...antes,deixe eu ver do que ele é feito...sem nomes,por favor senhores...






-Claro meu dom.-responderam-






Ficamos os tres,acompanhando a chegada daquele jovem.Com toda certeza,ele não tinha nem vinte e cinco ainda.






Trajava jeans e camiseta, oculos escuros,trazia uma bolsa á tira colo e duas grandes malas,uma em cada mão.






Os pilotos ja haviam se recomposto.Eu continuava com o boné,apoiado na vassoura.






Sem dar a mínima atenção a minha presença,o rapaz colocou as malas no chão,e,dirigindo a palavra aos pilotos disse;






-Sou o aprendiz de dominador,tem um dom que ira me levar para a masmorra da America do Sul,levem minhas malas para o avião,e quando ele chegar ,digam que eu ja o espero la dentro!






O rapaz disse isso,deu meia volta e foi para o jatinho.






Os dois pilotos se entreolharam e olharam para mim,que continuava apoiado na vassoura,olhando fixo para o rapaz,que subia as escadas do avião.






-Nosso menino esta começando muito,muito mau...-comentei-






Ohbua fez menção de pegar as malas,onde eu o impedi;






-Não,não,não!Deixe que eu cuido das malas dele!






-Mas,dom...-começou Gonzales-






-Eu cuido das malas comandante,os senhores,por favor,vão para a aeronave,liguem os motores,e preparem para taxiar...






Ohbua começou a rir.Gonzales fez uma continência com um sorriso nos lábios.






-O senhor é quem manda,Dom Kabalta!- disse ele-






Eles foram para o avião.






Eu tirei o boné,coloqueio na ponta do cabo da vassoura,encostando-a na parede.






Peguei as malas do rapaz.Olhei de lado e pude ve-lo sentado á janela,olhando para fora.






La dentro,ele me viu carregando suas malas,mas,mudou rapidamente sua posição na poltrona quando viu que eu saia com as mesmas para fora do angar.






-Hei!Hei!-berrou ele,se apoiando no vidro da janela-






Continuei andando para fora do angar.Comecei a ouvir o som das turbinas sendo ligadas.






-Hei,esperem!-gritou ele para os pilotos-Onde ele vai com as minhas malas??






Ele se levantou da poltrona e saiu correndo!






Pude ouvir o som metálico que os seus passos rápidos emitiam na escadinha do jato.






-Hei,hei,voce!!-ele gritava-






Parei na entrada do angar.






A mala que estava na minha mão direita,eu a joguei com toda a força para a minha esquerda,e,a que estava na minha mão esquerda,joguei bem alto e com toda a força para a minha direita!






Elas rodoriaram no ar,caindo no cimentado da pista.






-O que esta fazendo???-berrava o rapaz,chegando junto á mim-






Eu o olhei bem nos olhos,com a minha melhor expressão de insano e disse;






-Sou o dom que vai leva-lo á America do Sul,agora,pegue aquele lixo que voce chama de malas,e venha atraz do avião,isso é uma ordem!!






Disse isso e me virei,indo em direção ao jatinho.






-Mas...mas...??!!






Sem outra alternativa,ele correu,para recolher suas malas.






Entrei no jato,me coloquei de cócoras entre as poltronas dos pilotos.






-Comandante,por favor,pode taxiar...faça-o vir atraz do avião.






A pequena escada metálica se recolheu fechando a entrada do jato.






A aeronave começou a se mover lentamente para fora do angar.






O rapaz pegava a segunda mala,quando ouviu o som dos motores.






-Hei!Hei!-gritou ele,começando a correr atraz do jato,que deslisava lentamente pela pista.






-Voces deveriam colocar retrovisores nessas coisas.-disse para os pilotos-






Ohbua ria.






O operador da torre viu o jato taxiando pela pista,em sentido contrário ao da cabeceira.






Ele chamou a aeronave pelo rádio;






-"Dominador 4,aqui é torre de comando,voce esta taxiando sem autorização,explique,câmbio".






-"Dominador 4 para torre,torre,sigo orientações de um dom,câmbio?"






Nesse inatante,o controlador ve o rapaz,saindo de traz do angar,correndo atraz do jato e carregando as duas malas .






-"Dominador 4,o que esta havendo ai,câmbio?!"






-"Dominador 4 para torre,é como disse torre,sigo orientações de um dom,câmbio?"






O controlador sabia que aquilo se tratava de uma punição,por isso,deu a contra ordem;






-"Dominador 4,solicite autorização para se colocar em posição de decolagem,câmbio?"






Gonzales olhou para mim,esperando a minha resposta.






-Siga as ordens da torre comandante,depois pare e abra as portas para o nosso amigo subir,eu vou para a minha poltrona,obrigado.






Ohbua não conseguia parar de rir.






O jato parou na cabeceira da pista e a porta se abriu.






Eu estava sentado em uma poltrona,olhando para fora.






O rapaz subiu,ofegante.






Ele se colocou no meio do corredor,soltou as malas,curvou o corpo para frente se apoiando nos joelhos,tentando recobrar o fôlego.






-Eu vou...denuncia-lo...assim que chegarmos...






-Por favor senhores-interrompeu a voz de Gonzales saindo dos alto falantes-queiram sentar-se na posição correta e colocar os seus cintos,nós vamos decolar.






Antes de atender ao comandante,eu me levantei e me coloquei em frente ao rapaz,que ainda se apoiava nos joelhos.






Ele ergueu o olhar para mim,esperando que eu fala-se algo.






Ao invés disso,eu lhe desferi um violento chute nos testículos,onde ele,largando dos joelhos,levou a mão ao saco escrotal,gemendo,caindo no piso da aeronave.






Eu me sentei,prendi meu cinto,e dei a ordem;






-Pode decolar comandante,ele esta bem ai onde esta!






Eram seis horas de voo,voltando para a masmorra,na América do Sul.






Passado algum tempo,o rapaz se levantou,arrastando-se ate uma poltrona.Ele se sentou,e ficou calado,o resto da viagem.






O jato pousou na pista da masmorra.






Um servo do conselho estava á postos,nos aguardando.






A aeronave parou,a porta se abriu.






O rapaz ia pegando suas malas,quando dei a ordem;






-Deixe suas malas ai,eu cuido delas...






-Mas...






-Eu disse que cuido de suas malas,agora,saia!






Ele abaixou o olhar e desceu do jato.






Antes de pegara as malas,fui ate a cabine de comando,me despedir de meus amigos.






O rapaz desceu,foi ao encontro do servo do conselho que nos esperava.






O servo trazia uma prancheta na mão.






-Eu sou o aprendiz de dominador mandado pelo império...-o rapaz ia falando,quando o servo o interrompeu-






-Calado!Eu não lhe perguntei nada!Responda apenas quando lhe for perguntado e fale apenas quando lhe for mandado,entendeu?






-Sim...






-Diga,"sim senhor"!






-Sim...senhor...






-Bem,se você vai morar aqui agora,onde estão suas malas?






-As minhas malas...






O rapaz ia responder,apontando para o jato,quando,de repente,as duas malas saíram "voando" pela porta do jato,como se tivessem sido cuspidas para fora.






Mais uma vez,as duas giraram no ar,caindo com violência no chão,abrindo-se e espalhando roupas e objetos para todos os lados.






O servo pode ouvir a gargalhada de Ohbau,vinda de dentro do jato.






Eu surgi na porta do jato,com o dedo do indicador em riste,sob o nariz.






O servo entendeu a ordem,sabia que não poderia falar mais nada a partir daquele momento!






Eu desci do jato,fui em direção á deles.






Peguei a prancheta das mãos do servo e assinei o que havia ali.






-Agora-disse,enquanto assinava a papelada-esse servo vai leva-lo ate o conselho.Ali,você sera encaminhado para começar o seu treinamento.






-Espero nunca mais ter que vê-lo,"senhor".-disse o rapaz,com raiva no olhar-






-Essa masmorra é grande,mas o mundo é pequeno!-respondi-






-Pode levar!






Dei a ordem.O servo tomou a prancheta,fez uma reverência,e acompanhou o rapaz,que,antes de sair,foi recolher suas malas,mais uma vez...





Fui para o meu nicho.Morria de saudades de Alezandra e Carolina.





Mais tarde,o rapaz estava diante do mestre e do conselho.





Já haviam mudado suas roupas.Ele usava agora uma calça de sarja cinza,e uma túnica de estopa branca,com um pedaço de corda amarrado na cintura.





O mestre lhe dava as boas vindas,e o orientava sobre alguns assuntos da masmorra.





O resto,ele aprenderia com o tempo.





-Agora,vou decidir sobre para quem eu o encaminho para começar seu treinamento.- disse o mestre-





-Se o mestre me permite. - começou o rapaz -





-Sim,pode falar.- disse o mestre -





-Bem senhor,na verdade,eu tenho uma denúncia a fazer.





-Denúncia?





-Sim!É a respeito do dom que me trouxe para cá,senhor.





-Uhm,e...que tipo de denúncia,você quer fazer?





-Bem,essa pessoa,esse "dom",ele me tratou de forma truculenta,foi mau educado,enfim...





-Sabe me dizer o nome desse dom?





-Não senhor,infelizmente ,não.





-Existe alguma particularidade,pode descrevê-lo?





-Bem...ele de veste de preto,senhor...





-Uhm...isso é muito vago.Muitos dons e lordes usam preto aqui...





-Ah,sim,ele usa um tipo de pintura no rosto,algo parecido com um pierrô,ou próximo disso...





Os conselheiros se entreolharam.





-Compreendo - disse o mestre -,creio que sei a quem se refere,e,tenha certeza de que tomarei as devidas providências para que esse dom seja punido.





-Fico agradecido,mestre.





-Não me agradeça!Agora,vou encaminha-lo ao dom que ira iniciar o seu treinamento!





-Eleazar!





O servo Eleazar aproximou-se,fez uma reverência e falou;





-Sim meu mestre,estou aqui.





-Eleazar,quero que leve esse jovem ate o nicho de Lorde Malevolon,e o entregue aos cuidados de Dom Kabalta,para que inicie seu treinamento!





Os conselheiros se entreolharam novamente.





-Imediatamente meu mestre.- respondeu Eleazar -





-Quanto a você meu jovem - disse o mestre,dirigindo-se para o rapaz -aproveite para tirar algumas dúvidas com Eleazar,ate chegarem ao nicho.





-Sim mestre.





-Podem ir.





O caminho da sala do conselho ate o meu nicho era longo.





O rapaz andava com passos curtos e rápidos,enquanto Eleazar,caminhava com passos longos,calmos.





Eleazar mantinha as mãos cruzadas á frente da barriga,olhar calmo,fixo no horizonte.





O rapaz por sua vez,não se continha.





-Lorde Malevolon?Não é o Lorde bruxo?





-Sim.- respondia Eleazar ,com um tom calmo e seguro -





-Não é ele que praticava rituais para descobrir os prazeres do inferno?





-Sim...





-Esse Dom Kabalta,não é o pupilo dele,que foi mandado para o inferno?





-Sim...





-É verdade que ele passou seis dias no inferno,assistindo a todo tipo de torturas??





-Na verdade,foram sete dias e sete noites meu jovem...





-Eu não acredito!!Eu li tudo sobre isso no império,e agora,vou treinar com o pupilo de Lorde Malevolon!!Isso é demais!!!





-Tenha certeza de que sera meu jovem,tenha certeza de que sera...





O rapaz estava entusiasmado,afoito,não parava de falar e de fazer perguntas.





Chegando próximo a entrada do nicho,Eleazar o advertiu;





-A partir de agora,você deve se calar!Responda quando lhe for perguntado e fale quando lhe for mandado!





-Mantenha a cabeça baixa,e os olhos no chão,entendeu?





-Sim.





-E nunca,nunca se meta com uma escrava ou sub,isso pode lhe custar a vida aqui!Entendeu?





-Sim.





-Ótimo,vamos entrar!





Alezandra e Carolina discutiam sobre onde colocar um quadro que haviam comprado para mim.





-Saiba que eu sou profissional em moda e em decoração!- protestava Carolina-





-Ah é?Por isso você usa as roupas daquele jeito?





-O que esta insinuando cadela??





-Senhoras!- interrompeu Eleazar -





-Eleazar?O que quer?- perguntou Alezandra -





-Este jovem é um aprendiz mandado pelo conselho,e deve ficar aos cuidados de Dom Kabalta!





-Pode deixa-lo ai,e pode sair.





-Sim minha senhora,com a sua permissão!-Eleazar disse isso,deu alguns passos de costas,virou-se e saiu-





Pessoas novas tendem a errar!E é errando que se aprende...as vezes...de forma dolorosa...





O rapaz ficou ali,de pé,feito um dois de paus,assistindo a discussão de Alezandra e Carolina,que pareciam não dar conta da presença dele ali.





-Você compra suas roupas em lojas de saldo do Camboja!!-dizia Alezandra-





-Olha como fala!!Eu frequento as melhores lojas!!Minhas roupas são caríssimas!!





-É que você é burra!Eu não pagaria um centavo por aquilo!!!





-Desculpe.- começou o rapaz -mas,eu preciso falar com Dom Kabalta...





As duas pararam de falar e ficaram olhando para ele.





-Dom Kabalta já vem!- respondeu Alezandra de forma ríspida -





O rapaz estava fascinado com a visão de Alezandra e Carolina.





Afinal de contas,duas beldades juntas,metidas em macacões pretos de látex,não era todos os dias que se via!





Ele se aproximou delas,com um olhar mole,sedutor.





-As duas trabalham aqui,nesse nicho?





-Não lhe disseram nada sobre quando falar e com quem falar?- perguntou Alezandra-





-Ora...são apenas normas...qual o problema em nos falarmos,fazermos amizade...sabe,depois que Dom Kabalta me liberar,eu adoraria conhecer a masmorra...poderíamos ir juntos,o que acha?





Alezandra tentou esboçar um sorriso,e,em um gesto rápido,levou a mão ao pescoço do pobre infeliz,apertando-o e puxando o rosto do rapaz para perto do seu!





E Alezandra tinha uma pegada forte!Acreditem!





-Escuta aqui o idiota - começou ela - nunca fale sem ser mandado,e nunca fale com ninguém,se isso não for ordenado,entendeu?





O rapaz tentava respirar!Inutilmente ele tentava tirar a mão de Alezandra de seu pescoço.





-Não se dirija a nenhuma mulher por aqui,idiota,pois isso pode ser perigoso,entendeu??





Alezandra disse isso e soltou o pescoço do rapaz,empurrando-o violentamente.





Ele se afastou,tossindo e massageando o pescoço.





Aproximou-se de Carolina.





-Sua amiga é bem pouco sociável!Pelo menos,você parece ser mais amistosa...





-Ela não é minha amiga - começou Carolina - ela é minha irmã!





O rapaz olhou para Alezandra,voltando-se para Carolina novamente.





-Incrível!Ela tem cabelos escuros e olhos azuis,você é ruiva de olhos verdes???





-Não é minha irmã de sangue,é minha irmã de coleira,idiota.





-Irmã de coleira?





-Significa que servimos a um mesmo dono!Mas eu a amo como se fosse minha irmã de sangue!





-Incrível...- comentou o rapaz com um sorriso no rosto -





-Ah,mais uma coisa - disse Carolina -





-O que?- perguntou o rapaz,ainda com o sorriso no rosto -





Carolina desferiu-lhe uma joelhada nos testículos!Ele cai de joelhos,gemendo,e cai deitado de lado.





-Eu não sou "amistosa"!- completou ela -





-Onde estávamos?- perguntou ela a Alezandra -





-Eu criticava os trapos que você usa!





-Trapos??Sua cadela vadia!Trapos??





Eu assistia a tudo nas sombras do corredor.





O rapaz estava de lado no chão,mãos entre as pernas,gemendo.





Ele ouviu os passos que vinham em sua direção,e pode ver o par de botas negras de cano alto,envoltas em correntes.





Fez um esforço,levantou o olhar,e deparou com os meus olhos.





-Oh não! - gemeu ele - Você de novo...ate aqui me persegue...





Eu fiquei ao seu lado,pisei em sua cabeça,fazendo-o gemer ainda mais!





Quando me abaixei,o peso do meu corpo aumentou ainda mais sobre o seu crânio.





-Ahaaaaa!!!





-Sabe rapaz,eu não gostei de você desde o primeiro momento que o vi!- disse em tom calmo -





-Tenho certeza de que Eleazar o alertou a respeito de muita coisa ,então,eu vou ser camarada e vou alerta-lo novamente;





-Nunca,eu disse,nunca se aproxime de uma sub ou uma escrava,nunca fale com elas,você "cantar" a escrava de um dom aqui no mundo da dominação,constitui crime,crime grave,punível ate com a morte,se for o caso,entendeu?





-S..sim...





Eu apertava a cabeça dele com minha bota.





-Você pecou aqui,e pecou feio!Você investiu contra minhas duas mulheres!





-Perdão...perdão...





-Que isso lhe sirva de aviso!





Nisso,entra no nicho um mensageiro do conselho,trazendo um pergaminho nas mãos.





-Meu dom - disse ele,fazendo uma reverência -Tenho uma mensagem do mestre para o senhor!





Ele disse isso e me entregou o pergaminho.Eu o dispensei e ele saiu.





Abri o pergaminho,ainda com o pé sobre a cabeça do infeliz,e li em voz alta;





"O SUPREMO CONSELHO DA MASMORRA DA AMÉRICA DO SUL,COMUNICA SEU ASSOCIADO DOM KABALTA,QUE RECEBEU DENÚNCIA DE MAUS TRATOS POR PARTE..."





Terminei de ler o pergaminho,e me voltei novamente para o rapaz;





-Você teve coragem de me denunciar??





-O senhor é Dom Kabalta???





Pobre infeliz!!O mundo estava acabando para ele,sob o meu pé...





-Sim seu infeliz!!Eu sou Dom Kabalta!O dom maldito,o dom herege,o mensageiro da escuridão,sou aquele que tudo sabe,que tudo vê!





-Ahaaa...me perdoe...eu não sabia...senhor...





-Pois agora sabe! - disse,tirando o pé de sobre a cabeça do rapaz -





-A minha punição,sera treina-lo!Você ira passar por todos os dons e dommes daqui,mas,eu deverei acolhe-lho aqui em meu nicho!!Mas que droga!!





Cambaleante e com dores,ele se põe de pé.





-Pois bem - continuei - que assim seja!Bem,você disse que queria conhecer a masmorra?Pois,Alezandra e Carolina irão leva-lo para conhecer o nicho...sera menos doloroso...





-Meninas,levem esse idiota,mostrem tudo a ele,menos a sala de castigo!





-Com prazer,meu dom.- responderam as duas -





Elas pararam em frente ao rapaz,que ainda se refazia da joelhada e da cabeça esmagada.





Simultaneamente ele levou dois murros no nariz,um de Alezandra,outro vindo de Carolina!





Ele caiu de costas no chão,tonto.Cada uma delas pegou em um dos pés e saíram arrastando-o pelo chão ,nicho á dentro!





Procurei meu jornal e fui para o trono.





Eu o coloquei para fazer de tudo um pouco no nicho.





Ele limpava os banheiros,os quartos.Levava as roupas para a lavanderia,banhava as escravas que saiam do castigo( acho que era a única parte boa da coisa para ele),passava nossas roupas,dava brilho em minhas botas,escovava as cordas e as peças de couro.





Foi assim durante os três primeiros meses.





O treinamento era intercalado com passagens pelos nichos de outros dons e dommes.





Nesse meio tempo,eu sempre perguntava aos dons,se eles aviam escolhido um nome para o rapaz.





Foi o que eu fiz,depois que ele havia trabalhado com lorde Albanun...





-Lorde,posso entrar?





-Kabalta?Claro!Fique a vontade...





-Vim saber seu parecer sobre o aprendiz,e se o senhor tem um nome para ele...





-Aprendiz?





-???-Sim,o rapaz que ficou aqui nos últimos três dias...





-Que rapaz??





-O aprendiz de dom meu lorde,o rapaz que esta treinando aqui,ele passou três dias com o senhor,lembra?





-Ah,sim...teve um rapaz aqui sim...





-Pois bem!O senhor pensou em um nome para ele?





-Nome para quem??





Desisti!Só o amor de Alva mesmo para aguentar Albanun...





Os meses foram passando.Eu percebi a aproximação da escrava Lívia com o rapaz.





Muitas vezes na surdina eu os vi conversando,trocando olhares.





Certa tarde ele voltou para o nicho.Tentou passar despercebido por mim,mas eu o chamei de volta.





-Venha cá!





Ele voltou,de cabeça baixa.





-Onde conseguiu esse olho roxo?- perguntei -





Vi nitidamente que ele estava envergonhado.





-Responda!





-Foi no nicho da Rainha Maeve,senhor...





-Mas,Maeve esta viajando??!





-Foi a escrava Andrea,senhor...





-Andrea te deu um soco no olho?





Ele assentiu com a cabeça.





-O que você fez?





-Bem...eu imaginei que,ela é mulher...a rainha esta fora...





-Pois imaginou errado!!- gritei -





-Seu idiota!!Você tem o que nessa sua cabeça??Merda??- disse isso,agarrando um tufo de seus cabelos e sacudindo sua cabeça com violência -





-Você imaginou o que??Responda seu lixo!!- berrei,esbofeteando-o -





-Eu não sei ,senhor,perdão...





-Você não tem respeito pelas pessoas?Não tem noção do que é amor?Sorte sua Maeve não estar aqui,pois,estaria morto agora,e seria bem feito!!





-Eu já disse uma vez e vou repetir;fique longe das escravas!!!Não se meta com as mulheres daqui!!





Ele apertava os olhos para impedir as lágrimas.





-Desapareça da minha frente!!





Os dias foram passando.Certa manhã Alezandra ordenou que ele leva-se um insençario para o nicho de Kaliope.





Nada de mais se não se trata-se de uma peça de bronze de sessenta quilos...





Chegando la,ele depositou a pesada peça no chão para descansar.





Kaliope chamou-lhe a atenção por isso.





-Eu não mandei coloca-la ai!- disse ela -





O infeliz não se conteve diante da beleza de Kaliope,formando alguns pensamentos á respeito.





-Não lhe alertaram sobre respeitar as mulheres daqui?- disse ela -





-Mas...eu não disse nada senhora...





-Mas pensou!





-A senhora leu meu pensamento??





-Sou uma sacerdotisa,seu idiota...





Kaliope fez o rapaz carregar a peça de bronze por todo o nicho,ate que achou o lugar para deixa-la;justo onde ele a havia largado no começo!!





Ele já havia passado pelo nicho de Elias, de Luciana,pelos nichos do leste,do oeste,do sul,pela cozinha da masmorra.





Um dia ,ele varria o nosso nicho.





Eu o percebi cabisbaixo,triste.





-O que houve?- perguntei -





-Olhe senhor - começou ele,com lágrimas nos olhos - eu não vim pra cá para ser faxineiro,não vim pra cá para ser carregador,não vim pra cá para ser cozinheiro,ou,ou para dar banho em escravas!





-Uhm...e?





-Eu estou aqui para ser um dominador,para ser um dom,depois um lorde,eu não vim pra cá para aprender a ser escravo!!





Ele disse isso atirando a vassoura no chão.





-Eu estou cheio!Cheio!!





Eu me levantei,fui ate a mesa,peguei um pedaço de corda e fui em sua direção.





Ele achou que eu iria agredi-lo com ela.





Eu joguei a corda,ele a pegou a no ar.





-Dê um nó!-ordenei -





Ele não entendeu,ficou segurando a corda.





-Estou mandando,dê um nó!- repeti -





-Que tipo de nó?Eu ainda não aprendi nenhum...





-Qualquer nó...vamos...





Ele deu um nó simples na corda,e ficou olhando para mim.





-Agora - continuei - amarre a escrava que esta ao seu lado!





Estávamos só nós dois na sala.Ele olhou ao redor,e,sem entender,respondeu;





-Mas...não ha escrava alguma aqui,senhor...





-Pois bem,se você quer ser um dominador,tem que aprender o que sente e como pensa um escravo!





-Só assim você terá respeito e sensibilidade para dominar a vida de outra pessoa!Se a sua intenção é amarrar e possuir mulheres,então,você não estará sendo um dominador mas sim,um criminoso,um tarado,um desviado sexual!





Ele me olhava nos olhos em silêncio.





-Se quer ser um criminoso,então vai acabar assim,um idiota com uma corda nas mãos,sem ninguém!Agora,se quer realmente ser um dominador,aprenda como ser um bom escravo,para saber respeitar as pessoas!!





Ele abaixou a cabeça.Tomei a corda de suas mãos,e ordenei;





-Termine de limpar o nicho,e vá comer...





Com o passar do tempo ele foi mudando.Já não o sentia tão rebelde,tão revoltado.





Uma noite,escondido nas sombras,pude vê-lo aprendendo a fazer nós.





Com quem?Eleazar!!





Eleazar o ensinou a fazer um nó imperial!Coisa que nem eu e nem Elias com os seus cursos de nós esquisitos sabia fazer!





Realmente,algum mistério envolvia aquele servo...





Comecei a me surpreender com ele.





Eu gostava de entrar no duto de ar da masmorra,e sair no teto,do lado de fora,para ficar a noite,empoleirado,olhando as luzes da cidade.





Fui fazer isso numa noite,e encontrei o jovem rapaz,empoleirado na beirada do prédio!





Por um instante eu consegui me ver ali.





Fui devagar,e me coloquei ao lado dele,na mesma posição,de cócoras.





Ficamos ali,em silêncio,sem olhar um para o outro,ate que ele comentou;





-Fico imaginando senhor...olhando os carros,os ônibus,o metrô,as pessoas atravessando a rua...





-O que?





-Quantos deles não são como nós ,senhor?Quantos ali não querem dominar,ou ser dominados?





Fiquei olhando para ele.Engraçado!Era justamente naquilo,que eu ficava pensando todas as vezes que estava ali...





Eu havia entregado a ele um pedaço de madeira e um canivete,e havia mandado que esculpi-se algo.





Sempre o via sentado no chão,nas horas vagas,desbastando a madeira com o canivete.





Quando ficou pronto ele me trouxe.Bem,para quem queria ver,ali estava a figura de uma mulher,de joelhos,corpo curvado,mãos juntas sobre os joelhos,cabeça baixa.





Nada de amarras,nada de violência!Submissão,paz,calma...





Chamei uma escrava,dei-lhe uma ordem ao pé do ouvido.





Ficamos ali,na sala,em silêncio.





Logo ela voltou,fez uma reverência e disse;





-Esta pronto meu senhor.





-Venha!- disse para o rapaz -





Ele me seguiu.





-Estamos indo para sala de castigo senhor?





-Sim!





Seria a primeira vez em meses de treinamento que ele iria entrar ali!





Chegando á sala,deparamos com Lívia,a escrava,nua sobre um tablado.





Ele olhou para mim sem intender.





-Lívia - comecei -esse é "Hellder"...





-Mas o meu nome...





-Calado!!- ordenei -





-Esse é Hellder,ele ira "trabalhar" você...submeta-se a ele.





Lívia apenas abaixou os olhos.





-Vou deixa-los a sós,quero que faça o melhor,para ela,e para você...





-Mas...eu não me lembro dos nós senhor...eu...





-Não a amarre com as cordas,amarre-a com isso!- disse,metendo o indicador sobre o seu coração-





-Quando terminar,me chame.





Sai,deixando-os a sós.





Eles se entreolharam.Ele tocou a pele dela com delicadeza.Segurou seus braços para traz,enquanto corria os lábios pelo seu pescoço,beijando-o ate chegar aos ombros.





Amarrou os pulsos,amarrou os braços,firme,mas confortavelmente.





Beijou os seios,chupou-os.





Lívia se soltava.





Ele se ajoelhou para amarrar-lhe os tornozelos.Beijou suas coxas.Foi lambendo sua pele macia ate chegar na vagina,que sugou com vigor,com paixão.





Ficou de pé,beijou Lívia,tomando-a nos braços.





Olhos nos olhos,pele na pele,lábios nos lábios.





Usou uma tira de couro como mordaça.Prendeu uma corda do teto na cintura,e a suspendeu,fazendo-a se inclinar para frente.





Ele massageou o corpo dela,penetrou sua vagina por traz,com força,mas com paixão!





Eles se amaram e se completaram,naquele pouco tempo que eu dei para ele.





Quando terminou,ele me chamou,para mostrar sua nova obra de arte.





Depois daquela noite,Hellder passou a trabalhar comigo na sala de castigo.





Trabalhava as escravas,com o mesmo cuidado de um artista que cria uma obra.





Ele terminava a imobilização,e se afastava um pouco,com as mãos na cintura,admirando sua obra.





Eu aprovei cada uma delas.





Certa manhã eu lhe entreguei uma roupa de couro preto e um par de botas de cano longo.





Mandei que limpa-se e desse brilho,e que depois,fosse levar na sala do conselho.





-Você deve entregar isso na sala do conselho,as quinze horas em ponto,entendeu?





-Mas...pensei que não teria mais que fazer isso ,senhor?





-Cale-se!Faça o que mandei!





Ele ficou triste,mas,obedeceu a ordem.





As quinze horas ele foi ao salão do conselho.





Os guardas abriram as portas,e ele entrou,carregando a roupa e as botas.





Para sua surpresa,toda a masmorra estava la,todos nós,com nossas roupas de gala.





As trombetas tocaram quando ele entrou,e todos nós fizemos uma reverência,enquanto ele cruzava o grande corredor.





Sem acreditar no que acontecia,ele parou diante do conselho.Eu me coloquei ao seu lado.





O mestre desceu as escadas do trono,e leu as diretrizes do império da dominação.





-Agora - disse o mestre - vá colocar sua roupa!





Hellder olhou para mim.





-Vá!- eu disse -





-Essas...essas roupas são minhas?





-Sim,são suas,vá,obedeça o mestre!





Ele foi para traz dos tronos,e quando voltou,usava a roupa de couro e as botas.





Escravas que o esperavam ali atras,pentearam seus cabelos.





Ele colocou-se ao meu lado novamente.





-Qual o nome escolhido para esse servo?





-É "Hellder",mestre.- respondi -





-Diante deste conselho e da comunidade do império da dominação aqui presente,eu o nomeio "Dom Hellder"!





-Assim você sera conhecido e respeitado por todos os seus irmãos e irmãs de agora por diante!





Ele se virou,todos se puseram de joelhos.Ele pode também escolher uma ferramenta na bancada do conselho.Escolheu um chicote.





Terminada a cerimônia,todos foram para o salão da ceia.Teríamos uma festa para ele ali.





Mas antes,eu o levei para outro lugar.





-Tenho duas coisas para lhe dar,como seu padrinho...-disse sorrindo -





Chegamos diante da porta de meu antigo nicho,eu lhe entreguei a chaves.





Ele não acreditou quando disse que aquele nicho havia me pertencido!





La dentro, o segundo presente;Lívia!





Ela usava um vestido branco,com uma auréola de flores no cabelo.





-Ela sera sua escrava agora!





Hellder se aproximou,nos abraçamos com força.





-Obrigado...-disse ele -





-Não me agradeça,apenas seja justo e honrado.





Alezandra e Carolina entraram,pegando cada uma em uma braço meu.





Hellder ofereceu seu braço para Lívia,saímos os cinco para a recepção.
































2 comentários:

Maeve - Rainha disse...

Adorei, mais uma vez...E obrigada pela homenagem...Como sempre muito gentil de sua parte...Beijos

Unknown disse...

Dom Kabalta, fiquei maravilhado com teu relato, Parabéns